quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017




Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus. 
 Tempo de absoluta depuração. 
Tempo em que não se diz mais: meu amor. 
Porque o amor resultou inútil.
 E os olhos não choram. 
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
 E o coração está seco. 









 Carlos Drummond de Andrade
 (Foto de Natalia Drepina)